X Assembleia da Organização Regional do Algarve

A situação dos micro, pequenos e médios empresários no Algarve, Rui Pires

Faro, 10 de Dezembro de 2022Rui Pires

Bom dia Camaradas,

A minha intervenção é focada na manutenção e sobrevivência das Micro, Pequenas e médias empresas MPMEs.

Dados de 2019, mostram que na UE as micro e pequenas e médias empresas representavam a quase totalidade do tecido empresarial (98,9%) enquanto as grandes empresas representavam o restante (1%).

Portugal é dos países da Europa onde as MPMEs têm maior expressão. Na região do Algarve, como refere o nosso documento, o tecido empresarial é composto numa grande maioria por empresas com menos de 10 trabalhadores.

Isto mostra a importância que têm na actividade económica da região e como tal deve-se dar grande importância e ter em conta no apoios necessários à sua manutenção e ao seu crescimento.

As PMEs são as que mais perto vivem das suas populações e que melhor as serve, estando permanentemente em contacto com o consumidor final prestando-lhe um serviço melhor, personalizado e fiel.

São as grandes empresas, do grande capital, e que cada vez mais são de capital estrangeiro, que têm sido as mais apoias pelos sucessivos governos. Sempre que surge uma oportunidade lá vêm as lamúrias dos grandes que não conseguem suportar as crises ou os tempos adversos. Há sempre desculpas, foi assim na pandemia é assim agora com a situação internacional.

Vê-se bem agora a posição do governo do PS, que numa situação de agravamento de preços dos factores de produção, como a energia, o combustível ou as matérias-primas, avançe sobretudo com medidas que encaixam nos interesses do grande capital e não no das pequenas empresas.

O que seria necessário era regular preços, controlar a especulação, fixar valores de aumento de rendas, acabar com as portagens na Via do Infante.

Intervir através da banca pública nas linhas de crédito e apoios financeiros adequados para desenvolver as actividades industriais e comerciais na região de forma a solidificar as PMEs , será também um passo imprescindivel.

A criação de espaços empresariais e industriais a custos acessíveis e suportáveis a todas as PMEs da nossa região, é também necessário e imprescindível.

É urgente também, criar dispositivos de protecção ao comércio local, empresas de transporte de mercadorias, transporte turístico, táxis, restauração, alojamento local, operadores turísticos, agências de viagens, à construção civil, agricultores e todos aqueles laboram a tempo inteiro e não, somente quando lhes é vantajoso economicamente como acontece com os “ABUTRES” dos grandes grupos económicos e multinacionais.

Nós, comemos o ano inteiro.

Na nossa mesa não existe sazonalidade Camaradas.

O aumento do preço dos combustíveis por exemplo é um factor que continua a dificultar-nos a vida.

Por isso a nossa voz não se calará e aqui continuaremos na luta.

E mais fortes estaremos organizados.

Tem tido papel importante no combate ao esmagamento feito pelas grandes empresas a Confederação Portuguesa das Micro, Pequenas e Médias Empresas. Tal como noutros sectores a organização dos pequenos e médios empresários é uma frente que precisa empenho dos militantes. Só assim se consegue ter voz e exigir ao governo que deixe de olhar só para os que já têm muito e pouco precisam.

Camaradas, é importante que não deixemos os micro e pequenos empresários entregues ao alheamento, à exaltação inorgânica ou aos movimentos populistas . Para isso devemos insistir nas acções junto das micro e pequenas empresas com material impresso que divulgue as nossas propostas para os vários sectores. Devemos , nas nossas acções locais de presta-contas , salientar a acção do nosso partido em prol de uma economia menos desequilibrada .

A convergência dos micro, pequenos e médios empresários na luta mais geral contra a política de direita é uma linha de trabalho para a construção da alternativa política.

 

Viva a Assembleia de Organização do Algarve.

VIVA O PARTIDO COMUNISTA PORTUGUES