X Assembleia da Organização Regional do Algarve
Intervenção sobre a luta dos trabalhadores das grandes superfícies, Maria José Madeira
Faro, 10 de Dezembro de 2022
Em primeiro lugar queremos saudar e valorizar esta grandiosa Assembleia Regional do Algarve
Camaradas a luta no sector do comércio escritórios e serviços este último ano teve um grande avanço ao nível de alguns sectores, nomeadamente ao nível de algumas Ipss e Misericórdias na região. Na Santa Casa da Misericórdias de VRSA foi possível as trabalhadoras reaverem o valor das diuturnidades que lhes eram devidas pela antiguidade na instituição e o CESP sindicalizou 40 trabalhadores e elegeu 3 delegadas sindicais. Na santa casa da Misericórdia de Olhão, as trabalhadoras conseguiram através da luta receber os salários em atraso e os subsídios de Ferias e Natal.
Foi pela luta dos trabalhadores que foi possível obrigar a ministra do trabalho a fazer sair uma PRT extensíveis a todo o sector social.
Camaradas, o governo PSD /CDS agravou em muito as condições de trabalho para a maioria dos trabalhadores do sector do Comércio Escritórios e Serviços, bem como para a maioria dos portugueses. Mais, se o Código de trabalho já era mau, as atuais propostas de alterações impostas pelo atual governo PS alinhado com a direita nesta matéria, vão no sentido de aumentar a precarização do trabalho e os baixos salários. Mas em contrapartida, dando cada vez mais apoios para às grandes empresas que mais lucram às custas da exploração dos trabalhadores.
Camaradas o Sector do Comércio, atravessa neste momento um grande ataque aos trabalhadores das empresas da grande distribuição. Ao final 4 anos de negociação (empresas filiadas na associação Patronal da APED) (Sonae, Pingo Doce/Jerónimo Martins, Auchan, Lidl, Dia/Minipreço e muitas outras) continuam a não apresentar propostas de verdadeiro aumento dos salários e correção das injustiças e discriminações existentes relativamente ás progressões das carreiras dos trabalhadores dos armazéns. Pelo contrário, continuam a querer reduzir o valor do trabalho extraordinário e desregular ainda mais os horários de trabalho com a introdução do banco de horas no CCT negociado entre a Fetese e a Aped e onde colocam todos os trabalhadores com o salário mínimo nacional nos próximos 3 anos, pois regulamentam que apenas os novos contratos ficam a receber 5€ acima do SMN.
Neste sector de lucros milionários, os salários dos trabalhadores continuam ao nível do salário mínimo nacional ou pouco acima, horários longos, desregulados e sem respeito pela harmonização da vida profissional com a vida pessoal familiar, grande índice de precariedade dos vínculos laborais, redução do número de trabalhadores com ritmos de trabalho desumanos e enorme pressão para atingir objetivos.
Os trabalhadores não aceitam esta falta de respeito das empresas e da APED e vão continuar a luta!
Está emitido um pré-aviso de greve para o sector da grande distribuição e comércio para o próximo dia 24 de Dezembro.
Viva a X Assembleia da Organização regional do PCP Algarve
Viva o PCP
Viva a Luta dos Trabalhadores