É possível construir um País à medida das necessidades e aspirações do povo português
24 Janeiro 2015
O ano que ainda há pouco terminou foi mais um que não deixou saudades à grande maioria dos portugueses. Mais um ano perdido. Mais ano que no seu percurso deixou um rasto desolador no País. Um rasto de destruição e degradação económica e social imposto por um governo e uma política concertada entre os três partidos da troika nacional. Esses mesmos partidos – PS, PSD e CDS – que há mais de 38 anos estão presentes na governação do País e que o conduziram à grave situação em que se encontra.
Mais um ano para esquecer, não fossem as consequências para o País e o impacto na vida da maioria dos portugueses e a necessidade de ter presente os responsáveis a quem o País não pode deixar de pedir contas.
Mais um ano trágico pelo que significou de destruição de milhares de vidas empurradas para o desemprego, para a emigração forçada, de redução drástica dos rendimentos dos trabalhadores e do povo com o roubo nos salários e nas reformas, com o maior aumento de impostos sobre o trabalho que há memória, mas também com a regressão das actividades económicas que atingiram e criaram enormes dificuldades a milhares e milhares de micro, pequenos e médios empresários dos mais variados sectores.
Mais um ano calamitoso no plano social com o avolumar da dramática crise social com o crescimento das desigualdades e da pobreza, agravado pelo ataque às prestações sociais e ao sistema de segurança social.
Um ano que revelou a profundidade e extensão da corrupção, das actividades ilícitas e danosas que não podem ser desligadas da natureza da política de direita de todos estes anos e do que ela constitui de aprisionamento do poder político pelos interesses dos grupos económicos e do grande capital financeiro. O caso do Banco Espírito Santo, mas também outros, envolvendo figuras de topo da estrutura do Estado e altos responsáveis políticos, como no recente caso dos Vistos Gold que mostrou bem o elevado grau de degradação da acção governativa do actual governo do PSD/CDS cada vez mais sem autoridade e credibilidade para governar.
Mais ano onde ficou patente a acção desagregadora e destruidora de uma política que levou o caos às escolas, aos tribunais, a muitos serviços de saúde.
Um ano em que vimos o agravar a dependência do País com o crescente aumento da uma dívida insustentável, comprometendo o crescimento económico e o progresso social.
Um ano em que se anunciava uma nova fase no País e um ponto final nas políticas de empobrecimento e exploração com o previsto fim do Pacto de Agressão e a saída da troika estrangeira, mas que ninguém viu a diferença entre a primeira metade do ano com a troika e a outra metade sem ela, e que hoje continua.
E ninguém viu e ninguém vê, porque a matriz política de uns – dos da troika estrangeira, onde se inclui o FMI e a União Europeia - e de outros – os partidos da troika nacional – é, na sua essência, a mesma. Uma política ao serviço do grande capital económico e financeiro e da grande especulação.