As dificuldades sentidas pelos trabalhadores das Artes e da Cultura ao longo dos anos, viram-se profundamente agravadas no decorrer das medidas de combate e prevenção do surto epidémico. A situação é particularmente preocupante numa região como a do Algarve, marcada por uma profunda sazonalidade, decorrente de décadas de promoção da monoactividade do turismo e que afecta de forma acrescida todo o universo de trabalhadores directa ou indirectamente associados às artes do espectáculo.
Acompanhando os ciclos de emprego/desemprego da hotelaria, restauração e actividades ligadas ao turismo, uma parte significativa dos trabalhadores deste sector constroem a sua agenda profissional com uma expectativa de nos meses de primavera/verão garantirem o rendimento que lhes permita também o sustento nos restantes meses de redução ou ausência de trabalho. Havendo trabalhadores por conta de outrem, este sector conta com centenas de micro e pequenas empresas, trabalhadores independentes e outros, num quadro de enorme intermitência e informalidade desta actividade na região.