X Assembleia da Organização Regional do Algarve
A Luta das Mulheres a intervenção do Partido, Isa Martins
Faro, 10 de Dezembro de 2022
Bom dia,
Uma Saudação a todos os camaradas,amigos e amigas, delegados, convidados, aqui presentes nesta X Assembleia da organização regional.
Camaradas, a luta das mulheres, apesar das suas especificidades, é indissociável da luta de todos os trabalhadores, quer sejam homens ou mulheres e a das mulheres comunistas tem muito significado. As mulheres comunistas lutam pela liberdade contra a exploração, desigualdades e injustiças, com vista a uma sociedade mais justa e fraterna.
Todavia, se consideramos que, maioritariamente, é sobre as mulheres que recai o encargo da gestão dos orçamentos familiares, todas as medidas governamentais antissociais causarão grandes impactos negativos na sua vida. As mulheres são as primeiras a sentir, enquanto trabalhadoras, mães e donas de casa, as consequências do aumento dos preços nos bens e serviços, na eletricidade, na água, nos transportes públicos, os cortes nos salários, nas pensões, nos abonos de família, nos medicamentos, entre outros.
Na verdade, as mulheres representam o grupo onde incide a maior taxa de desemprego, de trabalho precário, de desigualdades salariais, progressão nas carreiras, pesando mais sobre elas outras questões que se prendem com a inexistência e mau funcionamento de serviços públicos e outros apoios de que o estado se desresponsabiliza.
A diminuição do rendimento de grupos sociais já de si mais fragilizados, como são os desempregados, os reformados e as famílias monoparentais, bem como a perda de direitos, nomeadamente de maternidade/paternidade e do trabalho e a pobreza, fazem aumentar a violência doméstica, a prostituição, o tráfico de seres humanos/mulheres, que são grandes flagelos desta sociedade, degradantes da dignidade humana.
Camaradas, não podemos deixar o contínuo ataque às conquistas, direitos e objetivos de Abril. Temos de lutar contra o desinvestimento no SNS (encerramento de maternidades, de urgências obstétricas e pediátricas), na Escola Pública (faltam professores; desvalorização dos profissionais), na habitação, nos transportes, etc.
O fortalecimento dos movimentos de massas é um objectivo do Partido.
Sem se deixar de considerar outras organizações de mulheres, é o movimento democrático de mulheres, o MDM, que tem tido uma atividade constante e permanente, devendo esta ser encarada como um estímulo à participação cada vez mais ativa das mulheres.
O MDM, no Distrito, no âmbito da comemoração do dia Internacional da Violência sobre a mulher desenvolveu ações em 4 concelhos do Algarve.
Faro - escola secundária Tomás Cabreira, na Junta de Freguesia da cidade, na biblioteca municipal de Faro – distribuição de documentos e diálogo com jovens e outros munícipes. No IPDJ, a inauguração e Exposição "Sonos Falados; espaço de debate e execução de uma performance por um grupo de alunos de um curso de Artes.
Em Vila Real de Santo António - escolas secundárias de V.Real Stº. António e E.B. 2/3 Infante D. Pedro em Cacela- distribuição de documentos e diálogo com jovens; exposição “Sonos Falados”;
Em Silves - Utilizadores e trabalhadores da Biblioteca Municipal de Silves e junto dos trabalhadores da Junta Freguesia de Silves - distribuição de documentos e diálogo com jovens;
Em Lagos – com a Inauguração da Exposição "Sonos Falados, no antigo posto de Turismo, ação seguida de leitura de poemas e convívio, estará patente até amanhã.
Estão a avançar as preparações do Dia Internacional da Mulher de 2023. Em Faro, para além das diversas ações, junto de empresas e população, vai-se realizar, tal como em anos anteriores, o Espetáculo Comemorativo, no Teatro das Figuras. Ao mesmo tempo, iremos mobilizar para a grande ação Nacional no dia 11 de março, a manifestação de mulheres, em Lisboa. Em Silves e em Lagos também vão se realizar acções e distribuições, com destaque para a exposição “sonos falados” na Biblioteca de Silves para o início de Março.
Dar nota à Assembleia da realizão do XI Congresso do MDM, em Lisboa, a 29 de outubro, no qual as mulheres algarvias se empenharam para o seu êxito participando com cerca de 50 amigas.
Camaradas, no plano orgânico do Partido é necessário recrutar mais mulheres, não só por serem a maioria da população, mas também pelo seu peso crescente no mundo do trabalho e o seu papel na sociedade e o reforço da organização do PCP não deixará de influenciar positivamente o reforço do movimento unitário, nomeadamente do MDM.
O resultado desse cruzamento, certamente dará mais força à luta rumo a uma política patriótica e de esquerda que, pelos caminhos de abril, conduzirá à construção de uma sociedade socialista e verdadeiramente alternativa.
Viva a Xª Assembleia
Viva o PCP