Intervenção de Victor Carapinha
9.ª Assembleia da Organização Regional do Algarve
15 Dezembro 2018, Faro
Uma saudação para todo o colectivo partidário aqui representado pelo camarada Jerónimo de Sousa, secretário-geral do PCP.
Uma saudação em particular para todos os dirigentes do Movimento Associativo Popular e que, ao mesmo tempo, são militantes do Partido Comunista Português.
O dirigente associativo, pela sua natureza, está identificado com um projecto e com uma prática de identidade social partilhada com um grupo, onde os aspectos de ordem cultural, recreativa, social e desportiva têm um padrão, com princípios e valores, que o distingue de outros grupos sociais e, sobretudo, dos indivíduos que não estão associados ou ligados a qualquer associação.
O dirigente associativo e ao mesmo tempo militante comunista tem a dupla responsabilidade de, por um lado, garantir condições de participação e dinamização das actividades estatutárias e do desenvolvimento da sua associação no cumprimento dos respectivos programas e, por outro lado, considerar que o projecto comunista comporta valores reconhecidos como fundamentais para o Associativismo Popular.
O dirigente associativo nestas condições deve ter sempre presente o Artigo 53 dos Estatutos do PCP, segundo o qual “Os membros do Partido que participam em organizações e movimentos de massas (colectividades e associações) devem actuar segundo as orientações do Partido, na defesa dos interesses dos associados e das massas, respeitando, defendendo e observando a autonomia, o carácter unitário e a vida democrática das organizações e movimentos em que exercem a sua actividade”.
A participação dos comunistas no Movimento Associativo pode significar novas oportunidades de ligação às populações e aos seus problemas, bem como facilitar a participação activa num importante espaço de debate ideológico e político.
No Algarve subsiste a baixa densidade associativa no que se refere ao nível de representação institucional no plano nacional. Das várias centenas de associações constituídas na região, apenas 100 estão filiadas na Confederação das Colectividades de Cultura, Recreio e Desporto, ou seja 2,5% do universo confederado. Verifica-se, assim, que existe um grande espaço vazio na estruturação confederativa e que é fundamental preencher.
É, pois, importante que os comunistas se envolvam mais nas associações e colectividades, e que reconheçam a relação entre a influência eleitoral do Partido a nível local e a influência na escolha das direcções associativas.
Na prossecução da sua acção associativa, são criadas muitas oportunidades de recrutamento de novos militantes e de quadros formados na iniciativa e na participação quotidiana.
O PCP está na primeira linha para afirmar o papel do Movimento Associativo Popular para a democracia participativa e na acção política local, assim como para o desenvolvimento da região designadamente na vida cultural, desportiva e social das populações.
Viva o Movimento Associativo Popular
Viva o Partido Comunista Português
Vivam estas duas realidades em conjunto