PARTIDO COMUNISTA PORTUGUÊS
Direcção da Organização Regional do Algarve
Não basta mudar administração do CHA
É necessária outra política que defenda o SNS no Algarve
Face à tomada de posse que decorreu hoje do novo conselho de administração do Centro Hospitalar do Algarve, num acto que contou com a decisão e presença na região do actual Ministro da Saúde, o PCP considera o seguinte:
1- A política de saúde desenvolvida por sucessivos governos do PS, PSD e CDS, tem-se pautado por opções economicistas, com cortes brutais no financiamento do Serviço Nacional de Saúde e um crescente financiamento público dos grupos económicos privados que operam no sector. Uma política que é inseparável de uma visão estratégica tendente à destruição do Serviço Nacional de Saúde – SNS conquistado com o 25 de Abril e que foi particularmente agravada nos últimos anos pela acção do Governo PSD/CDS.
2 - A falta de cerca de mil profissionais de saúde – médicos, enfermeiros e outros técnicos – no Algarve; as listas de espera para consultas, cirurgias e demais actos médicos que chegam a vários anos; a falta de equipamentos e materiais clínicos; a fusão dos três hospitais algarvios com a consequente degradação da resposta em Lagos, Portimão e Faro; o ataque às condições de trabalho, direitos e remunerações e o agravamento da precariedade dos profissionais da saúde; a degradação das condições de segurança e de higiene nos hospitais testemunhada pelo agravamento das infecções hospitalares e por outras situações como surtos de tuberculose (hospital de Portimão) ou presença de legionela (Centro Saúde de Vila Real de S.António); a falência de resposta em períodos críticos como o do Verão ou do Natal e Ano Novo; o encerramento de extensões e centros de saúde, bem como de diversas valências nos hospitais da região; a degradação generalizada dos cuidados primários de saúde com destaque para os mais de 150 mil algarvios que não têm médico de família; a degradação da resposta e redução de meios na emergência médica, designadamente do INEM; o fim dos apoios ao transporte de doentes não urgentes; a introdução e agravamento das taxas moderadoras, entre outros problemas existentes, tem conduzido a uma situação de grande e justo descontentamento por parte dos utentes que só não foi mais longe, pela acção empenhada de muitos profissionais que tudo fazem para defender o SNS.