CDU exige que fundos comunitários sejam utilizados na diversificação da actividade económica no Algarve
Sandra Pereira, deputada do PCP no Parlamento Europeu, juntou-se ontem, dia 22, à campanha da CDU no Algarve e, ao lado de Catarina Marques e de outros candidatos e activistas da CDU, participou em várias acções ao longo do dia nos concelhos de Faro e de Loulé.
De manhã, com uma visita ao Mercado de Loulé e uma acção de contacto junto dos trabalhadores e taxistas no Aeroporto de Faro, e à tarde com visitas ao Refúgio Aboim Ascensão e à Casa da Rapariga, duas importante instituições com intervenção social na região, a comitiva da CDU contactou com realidades diversas, ouviu experiências e problemas, e apresentou soluções e propostas para a região e para o País.
A CDU aproveitou a presença da deputada Sandra Pereira na região para exigir uma vez mais que os fundos comunitários sejam colocados ao serviço do desenvolvimento regional, em vez de serem desviados para alimentar os lucros dos grupos económicos e aprofundar um modelo de desenvolvimento económico assente na monoactividade do Turismo, nos baixos salários e na precariedade.
A CDU lembrou que importantes investimentos que a região há muito reclama não estão considerados nem no Plano de Recuperação e Resiliência, nem em mais nenhum outro instrumento de programação e execução de investimento público. O que significa que, se não houver uma inversão de políticas, investimentos como o Hospital Central do Algarve não serão construídos nos próximos 10 anos.
Como sublinhou Catarina Marques “O Orçamento do Estado praticamente já não financia o investimento público na região que ficou totalmente dependente de fundos comunitários. Esta é uma opção errada. É preciso aumentar o investimento público para pelo menos 5% do valor do PIB. É preciso investir nos serviços públicos, nos equipamentos sociais como creches e lares, na ferrovia e numa verdadeira rede de transportes públicos alargando substancialmente a oferta. E o Algarve precisa de investir na diversificação da sua actividade económica. Requalificar portos e barras, promover dragagens, activar estruturas da administração central de apoio à agricultura, e à floresta, promover a construção de habitação pública, a reabilitação e a conservação do património cultural e ambiental”
Faro, 23 Janeiro de 2022
O Secretariado da Direcção da Organização Regional do Algarve do PCP
Os algarvios reconhecem quão importante é ter deputados eleitos pela CDU
Comício em Faro
Camaradas e amigos,
Uma saudação muito fraterna a todos aqueles que aqui quiseram marcar presença neste importante comício da CDU que tem lugar a pouco mais de uma semana da realização das eleições legislativas.
Saúdo todos os presentes, designadamente os membros do Partido Ecologista “Os verdes”, amigos de longa data, cujo percurso em defesa da natureza e do meio ambiente enriquece todo o património da CDU.
Saúdo os muitos democratas e patriotas que aqui se encontram, homens e mulheres que não tendo filiação partidária, sabem que é na CDU que convergem todos os que aspiram a uma vida melhor, todos os que estão comprometidos com os valores e ideais de Abril, com a democracia, a liberdade e a paz.
Saúdo igualmente, os meus camaradas de Partido, força necessária e insubstituível aos trabalhadores e ao Povo português, cujos 100 anos de história e luta são uma garantia da defesa dos interesses do Povo e do País.
Nesta campanha eleitoral, temos percorrido todos os concelhos do Algarve, indo ao encontro dos trabalhadores e das populações. Apresentámos candidatos, prestámos contas, avançámos com soluções e compromissos para a região, ao mesmo tempo que estivemos no terreno, à porta das empresas e locais de trabalho, nos mercados, nas escolas, nos serviços públicos, nas ruas das cidades,vilas e aldeias dos 16 concelhos da região.
Neste Algarve, profundamente fustigado pelos impactos da epidemia e pelo aproveitamento que alguns fizeram delas, bem precisam as populações de ver reforçada nas próximas eleições legislativas a CDU.
Uma região que continua a estar prisioneira de um modelo de desenvolvimento económico errado, assente na monactividade de um só sector, onde predominam os baixos salários, a precariedade e o trabalho sazonal.
Uma região que viu regredir o seu aparelho produtivo, apesar das imensas potencialidades, sejam na agricultura, seja nas pescas ou mesmo na indústria.
Uma região onde o direito à saúde, como ouvimos hoje das populações de messines, continua a ser negado. Onde faltam médicos, enfermeiros e muitos outros profissionais, seja nos centros de saúde, seja nos três hospitais que existem na região, ao mesmo tempo que cresce o negócio da doença, feito à custa dos recursos públicos e do esvaziamento do Serviço Nacional de Saúde.
Uma região onde o preço da habitação, como hoje sublinhámos hoje em Lagos, disparou e onde existem milhares de jovens casais a quem lhes é negado o acesso à habitação.
Uma região a quem tem sido negado o necessário investimento público, do Hospital Central do Algarve à requalificação da EN 125, que se encontra parada há vários anos.
Uma região onde PS, PSD e CDS se recusam a abolir as portagens que foram impostas em 2011, apesar de toda a intervenção do PCP e da luta das populações ao longo dos últimos 10 anos. E sim, camaradas, se hoje ainda existem portagens, tal deve-se ao facto de PS e PSD convergirem com o seu voto, contra as propostas sucessivamente apresentadas pelo PCP.
Uma região onde falta uma verdadeira rede de transportes públicos que ligue todas as cidades, vilas e aldeias e onde o transporte ferroviário terá de ser uma aposta.
Uma região, que apesar de ser definida como tal, continua sem ver consagrada a regionalização, instrumento indispensável para assegurar e não adiar, o desenvolvimento pelo qual muitos aspiram.
Tudo isto acontece num Algarve cheio de potencialidades. Com uma costa imensa, com um clima temperado durante grande parte do ano, com uma zona interior que não pode ser esquecida nem abandonada aos incêndios. E com as suas gentes, os milhares de trabalhadores, os pescadores e pequenos agricultores, os milhares micro, pequenos e médios empresários, os homens, as mulheres, os jovens que são a principal garantia de futuro.
Hoje, pela experiência vivida, muitos mais algarvios reconhecem e sabem quão importante é ter deputados vinculados com os interesses dos trabalhadores e do povo, deputados eleitos pela CDU! Foi isso que fizemos e é isso que nos propomos continuar a fazer. A CDU teve uma intervenção destacada na luta por melhores salários, pelo emprego com direitos e a exploração neste Algarve da precariedade, da sazonalidade e dos baixos salários.
Colocámos nesta campanha a emergência nacional que constitui o aumento geral dos salários objectivo com que se identificam os milhares de trabalhadores da hotelaria, da grande distribuição.
O Algarve precisa de soluções para dar resposta aos atrasos acumulados. A um modelo económico que despreza os sectores produtivos e assenta nos baixos salários. À falta de investimento público nas nossas infraestruturas e serviços. Aos baixos salários e à precariedade. Aos crónicos problemas sociais. Às profundas desigualdades sociais e regionais. À desvalorização dos serviços públicos.
No passado dia 20 de Dezembro, apresentámos em Portimão o nosso compromisso eleitoral para a região. Permitam-me que faça aqui alguns sublinhados.
Assumimos como questão decisiva para o Algarve e o País a necessidade de valorizar o trabalho e os trabalhadores. Com o aumento geral dos salários, incluindo o Salário Mínimo Nacional para 850 euros. Uma emergência nacional para uma mais justa distribuição da riqueza, para a dinamização da economia nacional, para reter e potenciar milhares de trabalhadores formados no nosso País, para fortalecer a Segurança Social e assegurar melhores pensões no futuro. Quando ouvimos por aí dizer que faltam trabalhadores para a hotelaria e para a agricultura, daqui lançamos o desafio, aumentem os salários, reconheçam o valor do trabalho e verão que os problemas da dita falta de mão de obra, mais não são do que o reflexo de um modelo que empurra para o estrangeiro milhares de jovens à procura de uma vida melhor.
Queremos avançar na valorização e capacitação dos serviços públicos, que precisam de mais meios e da contratação de milhares de profissionais. Não desistimos da construção de um novo hospital central no Algarve e sabemos que o Serviço Nacional de Saúde precisa de ser defendido e valorizado, e que os algarvios têm direito a ter médico e enfermeiro de família, medicamentos mais baratos, serviços de proximidade e a serem tratado com dignidade e de forma gratuita em todas as fases da vida. As escolas, os hospitais, os centros e extensões de saúde, os tribunais, as bibliotecas, os teatros, as estradas e linha do Algarve, o aeroporto e os portos precisam de meios e de uma política que dê prioridade ao investimento público.
Queremos também por fim às portagens na Via do Infante e acabar com o inferno em que se transformou a EN125. Sabemos que nestas alturas, não falta quem por aí procure limpar as mãos à parede, fingindo que nada tem a ver com esta extorsão que foi imposta ao Algarve. É vê-los aí, candidatos do PS e PSD a encherem os jornais e as redes sociais contra as portagens. É preciso ter lata. Mas é também preciso que o Povo não se deixe enganar. O único voto, certo e coerente, contra as portagens, é o voto na CDU.
Queremos valorizar o Turismo. Mas queremos também uma região a produzir. Se precisamos de alimentos, se precisamos de medicamentos, o nosso caminho é o de produzir cá aquilo que querem que compremos lá fora.
Queremos um País a avançar, onde o direito à habitação e à mobilidade não sejam esmagados pela lógica da especulação. Queremos um Algarve onde as casas não sejam apenas para os turistas, com bairros inteiros a serem comprados por fundos imobiliários e as rendas a assumirem valores insuportáveis, sobretudo para os jovens.
Queremos um País a avançar. Queremos continuar a recuperar rendimentos, mas também, instrumentos que estão hoje em mãos estrangeiras. Queremos recuperar para o País, o que é do País. Na banca e nos seguros, na energia e nas telecomunicações, nos aeroportos e autoestradas. Queremos devolver o Aeroporto de Faro à gestão e controlo público, colocando aquela infraestrutura ao serviço da região. Queremos recuperar o controlo público dos CTT e garantir um serviço postal universal às populações algarvias.
Queremos avançar na construção de um País coeso e equilibrado, que assegure a defesa da serra algarvia e do mundo rural, com a regionalização, o ordenamento do território e o combate à desertificação e ao despovoamento.
Nesta batalha eleitoral já se percebeu que o Voto na CDU é aquele que melhor defende os trabalhadores e as populações do Algarve. Mas o voto na CDU também conta, e conta bem, para construir a convergência em torno de soluções para o país das quais o PS quer continuar a fugir.
Caros camaradas, estimados amigos
Estamos neste combate determinados a confirmar e alargar a nossa influência, particularmente aqui no Algarve, lutando pela eleição de um deputado na região. Há dois anos atrás, ficámos a poucas centenas de votos desse objectivo. E posso-vos dizer o seguinte: o resultado eleitoral da CDU, seja no Algarve, seja no País está ainda a ser construído. Estás nas nossas mãos, está nas mãos de cada um intensificar e multiplicar contactos, dar a conhecer as nossas posições e propostas para o País, dar argumentos para que as aspirações dos trabalhadores e do Povo se transformem, pelo voto na CDU e pela sua luta, em realidade.
Aqui estamos, sabendo que não há eleições para primeiro ministro e que aquilo que se decide nestes eleições é da eleição de 230 deputados, 9 dos quais pelo Algarve. E quero dizer-vos, enquanto primeira candidato da CDU nestas eleições que, com a ajuda do grande colectivo da CDU, com o percurso que temos feito ao longo destes meses, que estou preparada para assumir o mandato de deputada na Assembleia da República e ser aí a voz dos trabalhadores e das populações desta região.
Aqui estamos, sabendo que é ao povo que cabe decidir, que todos os caminhos do reforço da CDU estão em aberto, mas certos de que não há vencedores antecipados nem deputados previamente eleitos. A vida e a intervenção da CDU e das forças que a compõem é composta por acção e luta em defesa dos trabalhadores e do Povo português.
Acção e luta que nos dão uma grande confiança também pelo património de intervenção, e de iniciativa em defesa dos direitos, dos interesses e das aspirações do nosso povo e da nossa pátria.
É esse património de luta e intervenção que nos permite, olhos nos olhos, dizer com orgulho ao que vimos. Somos uma força com soluções para o nosso tempo. Somos uma força decisiva que está ao teu lado todos os dias!
CDU apresenta soluções para garantir médicos de família à população do Algarve
No âmbito das acções de campanha eleitoral para a Assembleia da República, Catarina Marques, acompanhada de outros candidatos e activistas da CDU, esteve na cidade de Olhão para, entre diversas acções, contactar os utentes do Centro de Saúde.
A CDU confirmou junto dos utentes as consequências de décadas de desinvestimento, desmantelamento e desorganização do SNS que levaram à degradação do serviço e limitaram a capacidade de dar resposta aos utentes.
A grave situação em que se encontra o SNS, nomeadamente na falta de profissionais, no aumento do número de utentes sem médico de família, no atraso e agravamento das listas de espera para consultas, exames, tratamentos e cirurgias, põem em causa a saúde dos algarvios. E só no concelho de Olhão há mais de 5300 utentes sem médico de família.
Como destacou Catarina Marques “Perante os problemas e dificuldades sentidos, exigia-se uma intervenção que o governo PS não quis dar. No Algarve e no país é preciso romper com este caminho e fazer a opção política alternativa, de melhoria dos serviços públicos e, concretamente, do Serviço Nacional de Saúde.”
Na acção que a CDU promoveu em Olhão, os candidatos da CDU defenderam soluções para o SNS. Como foi referido junto dos utentes do Centro de Saúde de Olhão “É necessário e urgente fixar e aumentar o número de profissionais de saúde no SNS e garantir incentivos para a fixação de médicos em zonas carenciadas e instituir a opção de dedicação exclusiva dos médicos e enfermeiros, com uma majoração de 50% da sua remuneração base e o acréscimo de 25% na contagem do tempo de serviço para progressão”.
Faro, 20 Janeiro de 2022
O Secretariado da Direcção da Organização Regional do Algarve do PCP