Intervenção de Jerónimo de Sousa, Secretário-Geral, Faro, Comício «Mais força ao PCP, para uma política e um governo patrióticos e de esquerda»
Mais força ao PCP, para uma política e um governo patrióticos e de esquerda
Domingo 26 de Janeiro de 2014
Ainda agora começou o ano e muitos portugueses começaram a sentir de forma agravada as consequências das mais recentes medidas do Governo. Sentem-no nos seus salários, cada vez mais diminuídos, como acontece já com os trabalhadores da Administração Pública, sentem-no milhares de portugueses nas dificuldades no acesso a uma simples consulta num serviço de saúde, os aposentados e reformados que são vítimas de um novo assalto às suas reformas, no emprego que nunca mais chega para centenas de milhares, nos mais diversos aspectos da vida de todos e de cada um.
Tínhamos afirmado que o Orçamento de Estado, que o governo e a maioria parlamentar que o apoia preparavam e acabaram por aprovar, iria trazer mais dramas, mais privações e sofrimento para a maioria dos portugueses e fechar ainda mais as portas a uma vida com futuro e todos já o estão a sentir.
O seu Orçamento de roubo nos salários, nas reformas e pensões, de destruição do sistema de protecção social, de ataque aos serviços públicos essenciais às populações, de desinvestimento, não só arrastará ainda mais para o fundo a vida das pessoas, como estamos a ver, como terá consequências no arrastamento da situação de crise que deliberadamente este governo alimenta com a penalização do rendimento das famílias e do investimento, para justificar a escalada de regressão social e civilizacional que está a promover em todos os domínios da nossa vida colectiva.
Um Orçamento que é uma descarada e vergonhosa afronta aos trabalhadores, aos reformados, às populações. Que é bem o espelho de uma política de rapina. Uma política que impõe brutais sacrifícios aos trabalhadores e ao povo e tudo garante aos responsáveis pela crise no país – o grande capital económico e financeiro: menos impostos, chorudos lucros do negócio da dívida pública, benefícios fiscais, rendosos contratos swap de milhões, leoninas PPP e novas privatizações.
Milhares de milhões de euros que estão a ser pagos para engordar os cofres da banca e dos grandes grupos económicos à medida que se empobrece o país. Milhares de milhões que estão a ser roubados aos rendimentos do trabalho, às reformas e pensões para entregar ao grande capital, agora também com a redução do IRC pago por esta gente, que, com o apoio do PS, quer transformar o país num paraíso para o capital.
Milhões que se avolumam em crescendo nas mãos dos grandes interesses. Esta semana, tomámos conhecimento que foi o próprio Tribunal de Contas a denunciar o facto deste governo ter ocultado benefícios fiscais no valor de 1045 milhões de euros dados às chamadas Sociedades Gestoras de Participações Sociais. Um valor que é superior aos cortes efectuados nas pensões de reforma e nos salários da Administração Pública. No fundo, tal como um ladrão que procura limpar as impressões digitais de um crime que cometeu, também aqui o governo quis esconder do país mais esta escandalosa benesse dada ao grande capital. Afinal há dinheiro! O problema está em saber para onde vai!
É a sua política de equidade!
Política fundada na mentira e na mistificação da realidade e realizada por um governo trapaceiro que vive do logro permanente.