PS, PSD, CDS e PAN inviabilizam proposta do PCP para pôr fim às demolições de habitações nas ilhas-barreira da Ria Formosa
Hoje, dia 19 de outubro, foi votado na Assembleia da República o Projeto de Resolução n.º 1823/XII, do PCP, que recomenda ao Governo que ponha fim às demolições de habitações nas ilhas-barreira da Ria Formosa, em particular, àquelas anunciadas para o início de novembro de 2018 nos núcleos habitacionais do Farol e dos Hangares da ilha da Culatra.
A proposta do PCP foi chumbada com o voto contra de PS e PAN e a abstenção de PSD e CDS.
Com esta votação, estes quatro partidos confirmam a sua intenção de prosseguir com as demolições nas ilhas-barreira da Ria Formosa e expulsar as comunidades locais destas ilhas, um processo iniciado pelo anterior Governo PSD/CDS e a que o atual Governo do PS dá seguimento.
A pretexto de uma suposta intenção de renaturalização das ilhas-barreiras da Ria Formosa, PS, PSD, CDS e PAN pretendem ir preparando o caminho para entregar uma das mais valiosas parcelas da orla costeira nacional (das poucas que escaparam no Algarve) à avidez dos grandes interesses privados para que estes explorem esse valioso património natural em seu benefício, sacrificando os direitos das populações, os seus hábitos e meios de subsistência e a própria conservação da natureza a esse objetivo.
Ao retomar as demolições, o PS e o seu Governo estão a trair os compromissos e as promessas feitas às comunidades locais das ilhas-barreira da Ria Formosa. Quando o anterior Governo PSD/CDS iniciou o processo de demolição de habitações nessas ilhas, o PS, na oposição, votava a favor das propostas do PCP visando pôr fim a esse processo. Agora, no Governo, o PS já é a favor das demolições e insiste em as concretizar.
O PCP reafirma o seu apoio à persistente e corajosa luta das populações contra as demolições, pela requalificação de todos os núcleos populacionais das ilhas-barreira, pela defesa e preservação dos valores naturais e pela valorização das atividades produtivas na Ria Formosa.
Faro, 19 de outubro de 2018