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Intervenção de Jerónimo de Sousa
Jantar de Reformados CDU em Faro
15 de Fevereiro de 2024
 
 
 

Camaradas e amigos:

Uma saudação a todos vós!

Aqui nos juntamos, quando estamos a menos de um mês das eleições para Assembleia da República que tem data marcada para o próximo dia 10 de Março.

Umas eleições muito exigentes, a solicitar o contributo esforçado de todos nós, para levar de vencida este importante combate de forma a garantir a eleição de deputados vinculados aos interesses e aspirações das populações, também aqui no Circulo Eleitoral do Algarve e dar força à alternativa patriótica e de esquerda que a nossa Coligação propõe e o País precisa!

Um contributo que é particularmente exigente para os candidatos da CDU, a quem quero dirigir uma saudação muito especial, desde logo à primeira candidata por este Circulo Eleitoral, CATARINA MARQUES, (que aqui está connosco) e através dela a todos os outros nossos candidatos, desejando-lhes bom trabalho, visando a concretização do objectivo que queremos alcançar de garantir o reforço da tão necessária representação parlamentar dos partidos da nossa Coligação na Assembleia da Republica, com mais votos e mais deputados.

Por isso, esta é uma eleição de uma enorme importância e que precisamos de assumir com toda a determinação e entusiasmo, porque esse objectivo está ao nosso alcance, com o nosso empenho e dedicação.

Temos candidatos preparados e com provas dadas de dedicação e trabalho ao serviço das populações.

Todos temos consciência que vivemos um momento particular da vida nacional.

Um tempo que nos coloca o importante desafio de o transformar numa oportunidade para criar as condições para dar a resposta aos muitos e graves problemas que o nosso País enfrenta.

Estes dois anos de governo de maioria absoluta do PS, confirmaram as nossas prevenções e previsões.

O que o PS verdadeiramente aspirava, quando em finais de 2021 chantageava e se vitimizava com a não aprovação do seu negativo Orçamento de Estado, era ficar de mãos livres, para regressar à sua política de sempre a desastrosa política de direita, ao serviço dos grandes interesses económicos e financeiros.

O que pretendia era regressar àquela mesma política que, no essencial, partilhou à vez e em rotatividade, com PSD e CDS durante mais quatro décadas e que hoje, são secundados nesse propósito pela IL e Chega, visando levar ainda mais longe a sua acção destruidora e desestabilizadora da vida do povo.

O resultado da governação de maioria absoluta do PS está à vista. Temos não só adiada a solução dos grandes problemas do País, mas em muitos domínios uma situação agravada.

As muitas lutas que aí estão dos mais diversos sectores confirmam esse agravamento e, consequentemente, a falta de resposta de uma política aos reais problemas dos trabalhadores do povo.

É mais que evidente que a nossa vida não avança dando mais força e mais votos ao PS.

O PS que hoje promete muito é o mesmo PS que se uniu nas opções de fundo ao PSD, CDS, Chega e IL, nomeadamente para chumbar as propostas que o PCP apresentou na Assembleia da República no âmbito dos Orçamentos do Estado e nas diversas iniciativas legislativas que promoveu, em defesa do controlo dos preços de bens alimentares, do controlo dos combustíveis, em defesa dos salários e das reformas, dos direitos laborais, em defesa do SNS, de uma maior justiça fiscal, visando aliviar os impostos dos trabalhadores e do povo, entre muitas outras.

O PS apresentou agora o seu programa eleitoral e falam de “mudança”, em “fazer novo e fazer diferente”.

Mas quem se debruçar sobre o programa que o PS apresenta, cedo chega à conclusão que a mudança é fictícia, porque o que lá encontramos é mais do mesmo. A mesma orientação política de fundo, a mesma política de defesa das privatizações, das PPP na saúde e outras áreas. A mesma política de subalternização da promoção da elevação geral dos salários e reformas, cuja efectiva valorização é sempre colocada num horizonte distante. A mesma política de submissão à União Europeia e ao Euro e aos seus critérios - os tais que estão por trás do que chamam “contas certas” – e que determinam uma política orçamental restritiva, em prejuízo dos direitos sociais dos trabalhadores e dos reformados, dos serviços e do investimento públicos, mas igualmente de submissão aos interesses do capital monopolista. Interesses que querem manter intocáveis, seja no plano fiscal aonde não mexem ou na definição das políticas laborais que lhes servem e não querem alterar.

Mais grave e preocupante, o PS, tal como PSD, CDS, Chega e IL, escamoteia e faz um enorme e conivente silêncio em relação às novas regras do Pacto de Estabilidade, cuja proposta da Comissão Europeia, agora em fase final negociação, significará um reforçado espartilho orçamental sobre os Estados. Uma nova directiva que dá plenos poderes à Comissão Europeia, condicionando ainda mais a decisão soberana de países como Portugal, dando-lhe o direito de estabelecer programas orçamentais para cada país, cuja dívida exceda 90% do PIB, impondo-lhes ritmos para a sua redução, mas também a aceitação de “novas reformas estruturais” para garantir esse objectivo.

Programas orçamentais que se traduzirão em tectos mais apertados da despesa pública para as funções sociais do Estado, reduzindo o seu âmbito e dimensão, através de novas privatizações, cortes nos serviços públicos e novos ataques ao direito do trabalho e à protecção social.

Um programa que já era mau e prometeram aliviar, fica agora pior.

É neste quadro que se deve avaliar também as suas promessas eleitorais que aí estão em relação ao prometido reforço do investimento para o desenvolvimento do País e para coesão territorial, para a superação dos seus défices estruturais, no plano produtivo, tecnológico, energético e demográfico e do seu tão apregoado e pouco cumprido combate às desigualdades e injustiças sociais.

Não, não à mudança com políticas velhas, as mesmas que adiaram e não resolveram, antes têm agravado os problemas do País.

Sabemos bem que há diferenças entre todos os partidos da política de direita, mas todos eles sempre que há que optar entre os interesses do povo ou os interesses dos grupos económicos, todos eles, sendo diferentes escolhem igual, escolhem optar pelos grandes interesses e a submissão aos critérios das grandes potências e dos interesses das transnacionais que elas representam e é por isso que a nossa vida continua a andar para trás.

Estamos aqui numa iniciativa promovida pela nossa organização dos reformados. E se olharmos para as opções políticas de fundo daqueles partidos, em relação às opções políticas referentes aos reformados pensionistas e idosos é isso que vemos também, quer da parte do PS, quer da parte do PSD, do CDS, do Chega e da IL, em que todos convergem nas políticas sobre o envelhecimento centradas na desvalorização não apenas das reformas e pensões, mas das políticas para dar resposta a um envelhecimento vivido com qualidade de vida, bem-estar físico e psicológico, com fruição saudável dos tempos livres e com respostas adequadas a uma vida com dignidade nas situações de dependência.

Partidos esses que hoje continuam a prometer mundos e fundos, (quem os ouvir falar não os levam presos!) mas os reformados não podem olhar para o que eles dizem, mas para o que fazem e para o que têm feito, quer quando são governo ou com as suas posições e votações na Assembleia da República.

Não estamos a falar sem fundamento. É olhar para o que fez o PS, em 2007, com a criação de um mecanismo de actualização anual das reformas que as desvalorizou. Para o que fez do governo do PSD/CDS de Passos e Portas com a suspensão dos aumentos anuais. Uma situação de desvalorização que só foi mitigada pelos aumentos extraordinários propostos pelo PCP, entre 2017 e 2021, que tornou possível repor e melhorar o poder de compra de mais de um milhão e seiscentos mil reformados e pensionistas.

Olhar para os insuficientes aumentos das reformas e pensões em Janeiro deste ano, decididos pelo governo de maioria absoluta do PS, que não permitem fazer face aos elevados preços dos bens e serviços essenciais.

É por isso que nós defendemos que as reformas devem voltar a aumentar de forma extraordinária em 2024, garantindo 7,5% de aumento, com um mínimo de 70 euros e com efeitos retroactivos a Janeiro, incluindo a quem se reformou no ano passado.

Tal como é preciso tomar medidas de controlo dos preços dos bens essenciais, de valorização o Complemento Solidário para Idosos, elevando o seu valor de referência e o pagamento em 14 meses, de promoção do investimento numa Rede Pública de Lares, de garantir o direito à mobilidade e ao transporte público, assegurando a gratuitidade do passe para todos os cidadãos com mais de 65 anos, mas também o acesso a uma rede equipamentos e serviços de qualidade.

E se falamos em serviços de qualidade, o que faz falta e cada vez mais é salvar o SNS.

Só o SNS está em condições de garantir a todos o direito à saúde de todos. É prioritário travar a saída de profissionais e recursos do SNS para o negócio da doença.

Isso requer uma profunda alteração na política de subcontratação aos grupos privados, criando as condições para diminuir significativamente essa dependência.

Há dinheiro e muito para alimentar os privados, mas nunca há para melhorar o Serviço Nacional de Saúde.

O que temos visto é que o Governo, em vez de tudo fazer para contratar mais profissionais, que tanta falta fazem no SNS, os deixa ir para o privado e para a emigração.

Por isso, o que é decisivo é que se atraiam e fixem médicos e enfermeiros e outros profissionais no SNS.

É preciso acabar com as listas de espera, os adiamentos, a falta de consultas, responder aos que estão sem médicos de família.

Ao contrário do que tantas vezes diziam, há recursos no País para garantir a solução destes problemas.

Para isso é preciso dar força à política alternativa que as forças que integram a CDU!

É do nosso resultado eleitoral que depende o caminho do presente e do futuro.

É na nossa força, é nos nossos votos, é nos nossos deputados que estão as soluções, as medidas, as saídas.

Por isso, hoje mais do que em momentos anteriores, se impõe um grande envolvimento do colectivo das forças da CDU capaz de construir uma forte e activa campanha eleitoral.

Isso é tão mais importante quando sabemos que travamos estas batalhas com recursos desiguais e no quadro de uma prolongada e manipuladora ofensiva anti-comunista, onde a comunicação social dominante tudo faz para a ampliar.

E quando vemos o que por aí vai de silenciamento e de manipulação, mais valor damos ao nosso Avante!, que celebra hoje mais um aniversário da sua longa existência e não o podíamos esquecer. O Avante! onde se lê o que não pode ler-se em nenhum outro órgão da comunicação social. O porta-voz da luta pela resposta aos problemas e aspirações dos trabalhadores e do povo que precisamos de continuar a projectar e propagar, dando força à dinamização da campanha nacional em curso da sua promoção, difusão e venda regular.

Camaradas:

Sabemos que foram muitos os que, há dois anos, na procura de soluções para a sua vida foram votar no PS e que, dois anos depois de maioria absoluta do PS, percebem que é o voto na CDU a garantia para essas mesmas soluções que justamente ambicionam.

Sabem por experiência própria, se alguma coisa avançou nas suas condições de vida, foi pela força que o PCP e a CDU tiveram e é necessário que voltemos a ter, e contra a vontade do PS.

Não há conquista do povo e dos trabalhadores que não tenham tido a participação, o contributo, a luta e a proposta do PCP e da CDU.

Temos de ir falar com eles, temos de os ganhar para o voto na CDU.

Vamos à conversa, vamos ao contacto. Que cada um identifique com quem te de conversar.

Vamos, com a força que temos, com a força que só depende de nós, construir um movimento de apoio e de mobilização para o caminho novo que se impõe.

Não desistamos de ninguém, dos indecisos, dos descontentes, dos que pensam não ir votar, dos que face às dificuldades de todos os dias deixaram de acreditar.

Não desistamos de ninguém e é com esses todos que temos de ir à conversa, porque é também com esses todos que estamos e vamos construir a alternativa.

Há cada vez mais gente, gente diversa e até gente que apoiou outros partidos, que se junta hoje à CDU.

A esta força que não desiste do País, que sabe que há gente séria e honesta com vontade e força de travar os que se acham donos de Portugal e pôr o País no caminho que marca a nossa história, no caminho dos valores de Abril.

Vamos em frente, com confiança!