PARTIDO COMUNISTA PORTUGUÊS
Grupo Parlamentar
PCP confronta Ministro da Saúde com a degradação dos cuidados de saúde no Algarve
Comunicado:
No debate realizado hoje em sessão plenária da Assembleia da República sobre o Serviço Nacional de Saúde, o PCP, pela voz do seu deputado eleito pelo Algarve, confrontou o Ministro de Saúde com a degradação dos cuidados de saúde, primários e hospitalares, na região algarvia.
O Ministro da Saúde foi confrontado com a falta de 823 profissionais nos hospitais e centros de saúde do Algarve: 282 médicos, 159 enfermeiros, 15 Técnicos Superiores, 22 Técnicos de diagnóstico e Terapêutica, 101 assistentes técnicos e 244 assistentes operacionais.
O Ministro da Saúde foi confrontado com o problema da falta de médicos de família que afeta um terço da população algarvia.
O Ministro da Saúde foi confrontado com os vergonhosos tempos de espera nos hospitais algarvios para consultas da especialidade: 826 dias em Neurocirurgia, 587 dias em Oftalmologia, 627 dias em Ortopedia e 612 dias em Urologia.
O Ministro da Saúde foi confrontado com dramáticas situações concretas como a de um utente do Centro de Saúde de Monchique com cancro na próstata que teve que esperar um ano e meio por uma consulta da especialidade.
O Ministro da Saúde foi confrontado com a falta medicamentos e material clínico nos hospitais e centros de saúde do Algarve.
Na sua intervenção, o Ministro da Saúde fugiu às questões, não assumindo qualquer compromisso com a resolução dos sérios problemas que afetam a prestação de cuidados de saúde na região algarvia.
Durante a presente legislatura, o PCP já apresentou na Assembleia da República três projetos de resolução “Contra a criação do Centro Hospitalar do Algarve e em defesa da melhoria dos cuidados de saúde na região algarvia” (n.º 789/XII/2.ª), “Contra a fusão dos hospitais de Faro, Portimão e Lagos num único centro hospitalar, pela melhoria dos cuidados de saúde na região algarvia” (n.º 973/XII/3.ª) e “Em defesa dos cuidados de saúde primários na região algarvia” (n.º 1104/XII/3.ª), todos chumbados pela maioria PSD/CDS (incluindo os deputados destes partidos eleitos pelo Algarve).
No Algarve e na Assembleia da República o PCP continuará a defender com determinação o direito das populações a cuidados de saúde de qualidade e reafirma a necessidade de as populações e profissionais de saúde intensificarem a luta em defesa do Serviço Nacional de Saúde.
Faro, 03 de outubro de 2014
PARTIDO COMUNISTA PORTUGUÊS
Grupo Parlamentar
PCP dedica jornada aos problemas da Justiça no Algarve
Comunicado:
Tendo em conta a gravíssima situação que se está a viver nos Tribunais e os prejuízos que estão a ser causados aos profissionais que neles trabalham e aos cidadãos que a eles têm que recorrer, o PCP dedicou ontem, no dia 22 de setembro, uma jornada aos problemas da Justiça no Algarve.
Uma delegação do PCP, integrando o deputado eleito pelo Algarve, membros da Direção da Organização Regional do Algarve do PCP e autarcas eleitos pela CDU, reuniu com o Juiz Presidente do Tribunal Judicial da Comarca de Faro, com o Procurador Coordenador do Tribunal Judicial da Comarca de Faro, com o Presidente do Conselho Distrital de Faro da Ordem dos Advogados e com o Sindicato dos Funcionários Judiciais, tendo ainda visitado os diversos edifícios, em Faro, onde funcionam secções de instância central e local do Tribunal Judicial da Comarca de Faro.
Contra tudo e contra todos, o Governo decidiu avançar com a denominada Reforma do Mapa Judiciário, a partir do passado dia 1 de setembro, criando uma situação de caos na Justiça.
A plataforma informática Citius colapsou, dificultando ou mesmo impedindo o acesso a milhares de processos. Diligências e julgamentos são adiados. Apenas avançam os processos urgentes. Faltam juízes, magistrados do Ministério Público e, principalmente, oficiais de Justiça. Na Comarca de Faro, que agora abrange todo o Algarve, o número de juízes passou de 74 para 69 e os magistrados do Ministério Público são 72 quando, de acordo com o quadro, deveriam ser 80. Dos 385 funcionários judiciais previstos no quadro da Comarca de Faro, faltam 100. A 1.ª secção criminal da instância central de Faro dispõe apenas de 8 funcionários judiciais, quando deviam ser 18. Na 1.ª secção cível, também da instância central, estão ao serviço apenas metade dos 12 funcionários previstos no quadro. O edifício do Tribunal de Família e Menores, em Faro, está transformado num estaleiro de construção civil. As obras aí em curso – que implicam, inclusivamente, a demolição de placas de betão armado – sujeitam juízes, magistrados e oficiais de justiça, assim como os cidadãos que recorrem a este Tribunal (incluindo crianças e jovens), a um barulho ensurdecedor e à exposição ao pó da obra. Enquanto decorrem as obras no Palácio da Justiça, no centro de Faro, as secções cível e criminal funcionam em contentores, sem um mínimo de condições de dignidade para o exercício da função judicial. Chove dentro desses contentores e por todo o lado há pilhas de caixotes com milhares de processos migrados de outros tribunais do sotavento algarvio.
Desde o primeiro momento, o PCP manifestou a sua oposição à denominada Reforma do Mapa Judiciário imposta pelo Governo, alertando para suas consequências, quer no caos que se instalaria com a sua entrada em vigor em setembro de 2014, quer no aumento das dificuldades de acesso à Justiça por parte dos cidadãos.
A situação criada pelo Governo e pela maioria PSD/CDS que o suporta representa um inqualificável desprezo pelos cidadãos e agentes judiciários, pondo em causa a imagem dos Tribunais e a própria dignidade da Justiça.
O mapa judiciário suscita questões de fundo, independentemente da situação caótica criada com a sua entrada em vigor. O PCP não desiste das suas propostas de alteração a este mapa e, com esse propósito, apresentou na Assembleia da República um projeto de lei visando a sua alteração, cuja apreciação ocorrerá na sessão plenária do próximo dia 25 de setembro.
Faro, 23 de setembro de 2014