Uma rua cheia de povo na abertura do novo Centro de Trabalho do PCP em Vila Real de Santo António
O secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, participou em Vila Real de Santo António na inauguração do novo Centro de Trabalho do PCP, descerrando a placa na Rua do Jornal do Algarve, 61, muito perto da Praça Marquês de Pombal, a principal deste concelho fundado no Iluminismo.
Referindo-se à inauguração, Jerónimo de Sousa, afirmou que o Centro de Trabalho, para além de servir a ação organizativa do PCP, vai servir fundamentalmente «para abrir as portas aos trabalhadores e à população do concelho, visando dar uma contribuição na resolução dos problemas dos trabalhadores e da população».
E disse ainda que o mais importante é estar no quotidiano permanentemente do lado daqueles que sofrem a política direita e daqueles que viram as suas vidas arruinadas nos últimos anos por essa política.
Verberou os «mostrengos» que ciclicamente anunciam a morte do PCP, sempre com o recurso de que vai entrar em declínio, vai desaparecer. «Por muito que custe a muitos, não estamos a fechar a porta, estamos abrindo mais uma porta para continuar a nossa luta»
Jerónimo de Sousa disse estar convencido que o concelho de Vila Real de Santo António vai participar ativamente no debate de preparação do XX Congresso, visando fundamentalmente encontrar a ideia de como é que vai dar uma contribuição para que o PCP aumente a sua influência política e social e eleitoral e vá ao encontro do povo português e dos trabalhadores.
Referindo-se às eleições de 4 de outubro do ano passado e à luta daqueles que se opuseram à teoria das inevitabilidades, por vezes em condições muito difíceis, em que PSD e CDS pareciam estar de pedra e cal, tendo em conta os apoios do então presidente da República e em que muita gente não acreditava que era possível, Jerónimo de Sousa lembrou que «o povo português soube juntar a sua luta ao seu voto e derrotou o PSD e CDS e a política que vinham realizando durante os quatro anos».
«No quadro de uma nova situação política mais uma vez o PCP foi decisivo para encontrar os caminhos de uma nova solução política, tendo em conta os resultados eleitorais.» Afirmou o secretário-geral que a contribuição do Partido foi tão mais importante, porque nem o PS acreditava que ela fosse possível. E valorizou o facto do PCP ter também contribuído para definir o grau de convergência que determinava o grau de compromisso.
«Não estávamos perante um governo de esquerda, não estávamos perante um governo de acordo parlamentar, estamos perante um governo do PS, com a disponibilidade do PCP para contribuir na política a seguir, na política a realizar para resolver os problemas dos trabalhadores, do povo e do país. É esse o grau de convergência que determina o nível do compromisso do PCP».
Fomos claros. Contem com o PCP para levar à reposição dos direitos, para a sua defesa e consolidação, para inverter o rumo da política de exploração e de empobrecimento. Com uma só cara, com uma só palavra, numa posição honesta. Mas tínhamos a consciência que seria sempre uma solução limitada, porque o Partido Socialista não se liberta dos constrangimentos impostos pela união europeia e pelo capital monopolista. Limitada, sim. Aquém daquilo que é necessário, é verdade! Mas camaradas, se não tivesse sido a nossa ação, a nossa intervenção, a nossa proposta, teríamos possivelmente um governo do PSD e do CDS»
Jerónimo de Sous fez notar que, caso contrário teríamos um governo do PSD e do CDS que tinha já decidido por escrito a continuidade dessa política em que estavam 600 milhões de euros em cortes na segurança social, mais cortes nas pensões de reforma e serviços, cortes até 2019, em salários e direitos das pensões reformas. Vermo-nos livres do governo PSD-CDS, já foi muito importante na atual situação política», concluiu Jerónimo de Sousa.