Assegurar a redução tarifária
Alargar a oferta de transportes públicos no Algarve
A consagração de um programa dirigido à redução tarifária (PART) na Lei do Orçamento do Estado para 2019 constitui um avanço de inegável significado. Não se trata apenas de um passo na garantia do direito à mobilidade e ao uso do transporte público, mas também, uma medida de grande alcance e importância para os trabalhadores, e a população em geral, com repercussões directas nos seus rendimentos.
O PCP orgulha-se de com a sua intervenção ao longo de anos, a par com a luta dos utentes, ter prosseguido este objectivo que agora se concretizou, em particular nas áreas metropolitanas de Lisboa e Porto. Mas como também desde o primeiro momento em que ganhou forma a concretização deste objectivo, se sublinhou que esta medida deve ser alargada a todo o País. Foi nesse sentido que o PCP interveio na discussão do Orçamento do Estado tendo proposto e feito aprovar um reforço de 21 milhões de euros à verba inicialmente inscrita, bem como uma explicitação mais clara da abrangência nacional desta medida, incluindo na região do Algarve.
Como é do conhecimento público, em resultado das décadas de política de direita da responsabilidade do PSD, do CDS e do PS, com o desinvestimento no transporte público, com a privatização da Rodoviária Nacional e a entrega deste serviço aos grupos económicos privados, com a falta de investimento na ferrovia e no material circulante, com os preços exorbitantes que são praticados que se aproximam dos 150€ por passe nas distâncias mais longas, o Algarve é uma região particularmente fragilizada no plano do transporte público. Quando ouvimos, designadamente o PSD e o CDS, criticarem esta medida, a partir das diferenças de financiamento entre o Algarve e as áreas metropolitanas, só podemos atribuir tais afirmações a um requintado exercício de hipocrisia de quem tudo fez para destruir o transporte público e o direito à mobilidade.