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Jantar_Silves


Monte Gordo e Silves – uma grande jornada de afirmação da CDU no Algarve

No passado dia 15 de Agosto, tiveram lugar com a participação de Jerónimo de Sousa, 3 importantes iniciativas da CDU que envolveram largas centenas de apoiantes projectando uma grande confiança para as exigentes batalhas que se travarão nos próximos dias.

Em Monte Gordo, concelho de Vila Real de Santo António, realizou-se o já habitual convívio de Verão que, num espaço de lazer ao ar livre, reuniu cerca de 300 activistas da CDU. Nesta iniciativa, Paulo Sá, 1º candidato da CDU pelo círculo de Faro, prestou contas do trabalho realizado nos concelhos do Baixo Guadiana e apontou baterias às responsabilidades do governo e da política de direita, pelo abandono a que esta região do país tem sido votada, em particular, as consequências da imposição de portagens na Via do Infante, mas também, do recente anúncio por parte do Governo da suspensão da assistência a grávidas no Hospital de Faro, transferindo este serviço para o sector provado. A encerrar a iniciativa, Jerónimo de Sousa, sublinhou, entre muitos outros aspectos, a hipocrisia do governo que pretende criminalizar o “abandono de idosos” quando este foi o primeiro, pela sua política de empobrecimento e exploração, a conduzir milhares de idosos a uma situação insustentável.

Segui-se depois uma visita à Feira Medieval de Silves, organizada pela Câmara de maioria CDU, onde foi possível contactar com os muitos visitantes e vendedores presentes neste certame.

Para finalizar o dia, realizou-se um grande jantar comício da CDU no pavilhão da FISSUL em Silves, que contou com a participação de mais de 450 activistas e que serviu para a apresentação da lista da CDU pelo Algarve. Essa tarefa esteve a cargo de Rosa Palma, mandatária da candidatura que chamou os 14 nomes ao palco. Depois das intervenções de Paula Vilallonga do PEV e de Paulo Sá, Jerónimo de Sousa encerrou o comício, num ambiente de grande alegria, mas também determinação em voltar a eleger um deputado pelo Algarve, aumentando o número de votos e a percentagem, dando mais força à CDU para derrotar o governo e a política de direita, para abrir caminho a uma alternativa patriótica e de esquerda.

Intervenção de Jerónimo de Sousa, Secretário-Geral, Silves, Sessão Pública para apresentação de Candidatos da CDU pelo Círculo Eleitoral de Faro: Aqui


Intervenção de Paulo Sá, deputado na Assembleia da Republica, em Monte Gordo

 

Camaradas e amigos,

 

Vivemos tempos difíceis, em que as consequências da política de direita se fazem sentir de forma dramática para o nosso povo e para o nosso país.

 

Ao longo dos últimos quatro anos, o Governo, aplicando o Programa da Troica negociado e assinado por PS, PSD e CDS, impôs uma política de exploração e empobrecimento. Cortou salários, reformas e prestações sociais; alterou a legislação laboral, liquidando direitos arduamente conquistados ao longo de décadas; impôs um saque fiscal dirigido contra os rendimentos dos trabalhadores; encerrou serviços públicos e atacou as funções sociais do Estado. Ao mesmo tempo, prosseguiu e aprofundou a política de favorecimento do grande capital, entregando-lhe parcelas crescentes da riqueza nacional, por via dos juros da dívida pública, das privatizações, das parcerias público-privadas, dos inúmeros e escandalosos benefícios fiscais e da redução dos impostos que incidem sobre os lucros das grandes empresas.

 

 

As consequências da política de direita levada a cabo por sucessivos governos do PS, PSD e CDS também se fizeram sentir duramente no Algarve. A região afundou-se numa profunda recessão económica, bem maior do que aquela verificada a nível nacional; registou durante anos a fio a maior taxa de desemprego do país, especialmente entre as camadas mais jovens; instalou-se a precariedade laboral e regressaram em força os salários em atraso; alastraram as manchas de pobreza; as actividades produtivas na indústria, na agricultura e nas pescas foram sendo abandonadas; inúmeras micro e pequenas empresas foram à falência ou viram-se forçadas a encerrar portas; degradaram-se os cuidados de saúde e a Escola Pública; foram encerrados serviços públicos, principalmente no interior, aprofundando as assimetrias entre o litoral e a serra; intensificou-se o processo de desertificação e despovoamento dos concelhos do interior. Com a política de direita, o Algarve viu as suas potencialidades desaproveitadas e a sua população empobrecer de forma acelerada.

 

Há quatro anos, nas eleições legislativas de 2011, dissemos aos algarvios que podiam dar o seu apoio à CDU com toda a confiança, que o seu voto seria transformado em luta! Em luta contra a política dos PECs e da Troica, em luta contra a política de direita que arruína o país e empobrece os portugueses, em luta em defesa dos interesses do Algarve e do País.

 

Hoje, passados quatro anos, podemos dizer com muito orgulho: a confiança que os algarvios depositaram na CDU foi plenamente merecida! Tivemos uma intensa intervenção na frente parlamentar, assente no contacto com a realidade regional e numa profunda ligação aos trabalhadores e às populações. Ao longo dos últimos 4 anos realizámos no Algarve 310 reuniões, visitas e contactos com as mais diversas entidades. Apresentámos na Assembleia da República 32 projectos de lei e de resolução sobre questões regionais. Fizemos 285 perguntas e requerimentos ao Governo sobre os mais variados assuntos de natureza regional.

 

Aqui, nos concelhos do Baixo Guadiana, realizámos meia centena de reuniões, visitas e contactos.

 

Visitámos os centros de saúde de Vila Real de Santo António, Castro Marim e Alcoutim e as extensões de saúde de Monte Gordo, Vila Nova de Cacela, Martim Longo, Odeleite e Altura, a Escola Secundária de Vila Real de Santo António e as escolas básicas de Monte Gordo e Castro Marim, a Escola de Hotelaria e Turismo de Vila Real de Santo António, a Segurança Social de Alcoutim, as repartições de finanças de Alcoutim e Castro Marim, a Esquadra da PSP de Vila Real de Santo António, o Conservatório Regional, o Porto de Vila Real e os Estaleiros Navais do Guadiana, várias empresas de produtos tradicionais, a Cooperativa Agrícola de Rega do Pessegueiro, a Barragem e o Campo Experimental de Figo-da-índia na freguesia de Martim Longo, a Cooperativa Terras de Sal e a Tradisal de Castro Marim.

 

Contactámos com os trabalhadores das oficinas das câmaras municipais de Vila Real de Santo António e Castro Marim, com os Sapadores Florestais de Alcoutim, com os moradores dos bairros sociais de Vila Real de Santo António, com micro e pequenos empresários dos três concelhos do Baixo Guadiana e com o comércio local no centro de Vila Real de Santo António, Monte Gordo e Vila Nova de Cacela. Estivemos ao lado dos trabalhadores da Empresa Litográfica do Sul na luta em defesa dos seus postos de trabalho.

 

Reunimos com as associações de pescadores de Vila Real de Santo António e de Monte Gordo e com os pescadores e mariscadores de Vila Nova de Cacela, com a Associação de Reformados, Pensionistas e Idosos de Vila Real, com a Cooperativa Agrícola de Rega do Pessegueiro, com a Associação de Produtores de Figo-da-índia e com a Cooperativa de Regantes de Pão Duro na freguesia de Vaqueiros, com a Direção da Reserva Natural do Sapal de Castro Marim e Vila Real de Santo António, com a Direção e a Associação de Pais do Agrupamento de Escolas de Vila Real.

 

Questionámos o Governo sobre os problemas que afectam as populações dos concelhos de Vila Real de Santo António, Castro Marim e Alcoutim e apresentámos soluções.

 

Denunciámos os problemas existentes nos centros e extensões de saúde dos três concelhos do Baixo Guadiana e no Serviço de Urgência Básica de Vila Real de Santo António, exigindo ao Governo a sua rápida resolução. Estivemos ao lado das populações na contestação ao encerramento das extensões de saúde de Vaqueiros e Odeleite. Denunciámos a política do Governo de precarização dos vínculos laborais dos assistentes técnicos e operacionais dos centros de saúde do Baixo Guadiana e o recurso a empresas privadas para assegurarem funções que deveriam ser asseguradas por profissionais com vínculo público. Opusemo-nos firmemente à tentativa do Governo de delegar competências na área da saúde aos Municípios do Baixo Guadiana, intenção que, a concretizar-se, colocaria em causa a qualidade dos cuidados de saúde prestados às populações.

 

Bem reveladora da contínua degradação dos cuidados de saúde no Algarve é a recente decisão de suspender a assistência às grávidas no Hospital de Faro durante os meses de Agosto e Setembro, reencaminhando-as para um hospital privado. Desta forma, o Governo não só debilita o Serviço Nacional de Saúde, impedindo-o de cumprir de forma adequada a sua função, como favorece as unidades de saúde privadas, transformando a saúde num negócio. Da parte da CDU, continuaremos firmes na nossa luta em defesa do Serviço Nacional de Saúde, pois a saúde é um direito de todos e não o negócio de alguns.

No sector da Educação, denunciámos o atraso nas obras de requalificação da Escola Secundária de Vila Real de Santo António e estivemos ao lado dos estudantes, encarregados de educação e professores na exigência da rápida conclusão dessas obras. Exigimos ao Governo a contratação dos docentes de educação especial em falta na escola EB23 de Monte Gordo e denunciámos o recurso a contratos de emprego e inserção para fazer face a necessidades permanentes no Agrupamento de Escolas D. José I de Vila Real de Santo António. Questionámos o Governo sobre o futuro da Escola de Hotelaria e Turismo e denunciámos o atraso na transferência de verbas para o Conservatório Regional de Vila Real.

 

Estivemos ao lado dos moradores dos bairros sociais de Vila Real de Santo António na sua justa luta contra o brutal aumento de rendas. Exigimos ao Governo a realização de obras de reabilitação na Esquadra da PSP de Vila Real de Santo António. Denunciámos a intenção do Governo de encerrar as repartições de finanças Alcoutim e Castro Marim.

 

Exigimos ao Governo medidas que promovessem a plena utilização do Aproveitamento Hidroagrícola do Pessegueiro na freguesia de Martim Longo e da barragem do Pão Duro na freguesia de Vaqueiros. Defendemos a dinamização da produção de sal marinho nos concelhos de Castro Marim e Vila Real da Santo António, afirmando o valor estratégico da produção regional.

 

Interviemos junto do Governo, exigindo o licenciamento da pesca por arte de emalhar em Monte Gordo e a renovação de licenças de pesca desta comunidade piscatória. Denunciámos as consequências negativas para Portugal do Acordo de Pescas com Espanha na zona fronteiriça do rio Guadiana e exigimos ao Governo a sua revisão tendo em conta as propostas das associações de armadores e pescadores.

 

Exigimos ao Governo a realização de dragagens na Ria Formosa na freguesia de Vila Nova de Cacela, interviemos em defesa da indústria de construção e reparação naval do Guadiana, exigimos a contratação de vigilantes da natureza e de outros funcionários na Reserva Natural do Sapal de Castro Marim e Vila Real de Santo António e denunciámos as consequências para as populações serranas de Alcoutim e Castro Marim da transição para a Televisão Digital Terrestre.

 

Levámos a debate na Assembleia da República um projecto de resolução, propondo a dinamização da actividade portuária como instrumento de desenvolvimento económico da região algarvia. Em particular, propusemos a valorização do Porto Comercial de Vila Real de Santo António, nas valências marítimo-turísticas e de transporte de passageiros, assim como a realização de dragagens visando repor as condições de navegabilidade do rio Guadiana desde a barra até ao Pomarão.

 

Apresentámos na Assembleia da República um projecto de resolução recomendando ao Governo a construção da Ponte Internacional do Guadiana entre Alcoutim e Sanlúcar, um projecto que teria um impacto importantíssimo na dinamização da economia local e na fixação da sua população.

 

Apresentámos um outro projecto de resolução que recomendava ao Governo que apoiasse a cultura da figueira-da-índia. Esta cultura poderia dar um contributo relevante para a dinamização da economia dos concelhos de Alcoutim e de Castro Marim e permitiria aos proprietários de terras incultas ou subaproveitadas obter um rendimento significativo e sustentável.

 

Nos últimos quatro anos, propusemos oito vezes na Assembleia da República a abolição das portagens na Via do Infante, rejeitando a opção do PS, PSD e CDS de esmagar a economia regional e os utentes para proteger as fabulosas rendas auferidas pelos grupos económicos que exploram a concessão desta importante infraestrutura regional.

 

Apresentámos também, na Assembleia da República, um projecto de resolução exigindo ao Governo a rápida conclusão das obras de requalificação da EN125 e a renegociação do contrato da concessão, de modo a reduzir a escandalosa taxa interna de rendibilidade da concessionária, garantindo, por essa via, uma diminuição dos encargos para o Estado.

 

Camaradas e amigos,

 

É com este valioso património de intervenção e luta, em todos os concelhos do Algarve e também aqui nos concelhos do Baixo Guadiana, que nos apresentaremos nas eleições do próximo dia 4 de Outubro.

 

Na região e na Assembleia da República demos voz aos problemas sentidos pelos trabalhadores, populações e pequenos empresários do Algarve, confrontámos o Governo com as consequências desastrosas da sua política, apresentámos soluções, cumprimos os nossos compromissos.

 

Estamos convictos que os algarvios reconhecerão o intenso trabalho realizado em defesa da região nos últimos quatro anos. Estamos convictos que os algarvios reconhecerão que a CDU é a força política imprescindível para a mudança, quer no Algarve, quer no País. Estamos convictos que os algarvios, nas eleições legislativas do próximo dia 4 de Outubro, renovarão a sua confiança na CDU, dando-lhe mais força para a construção de uma política alternativa, patriótica e de esquerda, a única que serve os interesses do Algarve e do País.

 

Viva a CDU!