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PARTIDO COMUNISTA PORTUGUÊS

Direcção da Organização Regional do Algarve

 

Mais de 150 mil utentes sem médico de família na região. PCP exige respostas!

1- Os últimos meses evidenciaram aquilo que há muito o PCP denunciou como consequências da política de direita seguida pelos sucessivos governos do PS, PSD e CDS, com especial relevo para o período de aplicação dos PEC's (Governo PS- Sócrates) e do pacto de Agressão das TROIKAS, (FMI/BCE/UE com PS/PSD/CDS) e o conluio do Presidente da Republica.

O caos vivido nas urgências hospitalares nos últimos meses; o encerramento de valências nos hospitais, nomeadamente em Lagos e Portimão; o encerramento de Centros e Extensões de Saúde; a crónica falta de médicos, enfermeiros, técnicos, terapeutas, auxiliares – mais de 800 na região; a falta de camas e desorganização nos serviços; os criminosos tempos de espera para algumas especialidades para a primeira consulta - 800 dias na Neurocirurgia, 600 dias na ortopedia e Urologia, 500 dias na Oftalmologia; a falta de medicação para doentes com esclerose múltipla ou mesmo de doentes oncológicos no Centro Hospitalar do Algarve. Todas e cada uma destas situações reflectem uma política dirigida a fazer implodir o Serviço Nacional de Saúde, com claros prejuízos para as populações e profissionais do sector e em claro benefício dos grandes negócios privados que vão ganhando terreno na região à custa dos recursos públicos.

2- Acresce ainda que a diminuição da capacidade de resposta dos Cuidados de Saúde Primários deve-se não só aos fortes constrangimentos orçamentais mas também ao encerramento de serviços de proximidade, como foram os casos de Vaqueiros, Giões, Pereiros e outros, à carência de profissionais de saúde, mais de 300 profissionais nos três ACES Algarvios, ao desinvestimento na área da saúde pública e à não atribuição de médico de família a todos os utentes Algarvios.

No decorrer deste mês de Fevereiro foram divulgados os números referentes aos utentes que se encontram sem médico de família. No Algarve, existem mais de 150 mil utentes sem médico de família, sendo que o caso mais grave se concentra no ACES Barlavento, onde mais de metade dos utentes não têm médico de família atribuído, quase 83 mil utentes (51%), sendo que no concelho de Lagos ascendem a 70% dos utentes sem médico de família. Pelos dados divulgados o Algarve é a região do país onde o número de utentes sem médico de família é maior.

O Governo tem como objectivo, e de acordo com o que está a fazer no resto do país, continuar a encerrar serviços de proximidade, reduzir horarios de atendimento e diminuir a capacidade de resposta nos já poucos SUB's existentes, levando-as, como já aconteceu tanto em Loulé como em Albufeira, ao seu encerramento temporário.

3- A DORAL do PCP, ao mesmo tempo que apela à continuação da luta das populações e também dos profissionais deste sector (cujo empenhamento em defesa do SNS tem impedido que se vá ainda mais longe na política de desastre que está em curso) considera haver alternativa e soluções para o SNS que, no quadro de uma ruptura com a política de direita, assumam a necessidade de:

  • garantir a colocação imediata dos médicos de família em falta nos três ACES Algarvios, superando assim as faltas existentes e atribuindo um médico de família a todos os utentes algarvios;

  • reverter o processo de encerramento de valências Hospitalares nomeadamente nos Hospitais de Portimão e Lagos;

  • dotar todos os Hospitais Algarvios de médicos especialistas em falta e já assinalados como carências efectivas destas serviços;

  • dotar tanto nos cuidados de saúde primários como nos cuidados hospitalares de meios humanos, para além dos médicos, por forma a colmatar as carências existentes e assinaladas;

  • dotar o SNS de meios terapêuticos e materiais por forma a garantir um bom atendimento aos utentes em vez do deficitário que actualmente é praticado no Algarve.

 

Faro, 25 de Fevereiro de 2015

O Executivo da Direcção da Organização Regional do Algarve do PCP