PARTIDO COMUNISTA PORTUGUÊS
Direcção da Organização Regional do Algarve
Hospital do Barlavento: ameaça do fim das especialidades médico-cirúrgicas poderá por em risco vidas humanas
De acordo com notícias veiculadas pela comunicação social, a Administração do Centro Hospitalar do Algarve estaria a preparar uma reorganização visando retirar do Hospital de Portimão a maioria das especialidades médico-cirúrgicas. No Hospital de Portimão ficariam apenas os serviços de Pediatria, Cirurgia Geral, Medicina Interna, Maternidade e Ortopedia, mas apenas para os casos que não necessitem de cirurgia. Este estabelecimento hospitalar deixaria ainda de ter cuidados diários de Psiquiatria, Gastroenterologia, Otorrinolaringologia e Oftalmologia.
Na prática, a confirmar-se a intenção da Administração do Centro Hospitalar do Algarve, o Hospital de Portimão transformar-se-ia numa espécie de centro de saúde, com grave prejuízo para as populações do barlavento algarvio.
Recentemente, o Governo impôs a fusão dos hospitais de Faro, de Portimão e de Lagos num único centro hospitalar com o único objetivo de reduzir a despesa pública no setor da saúde imposta no âmbito do Memorando da Troica, assinado há mais de dois anos pelo PS, PSD e CDS. Esta decisão do Governo assentou em critérios meramente economicistas, apenas beneficiando as entidades privadas prestadoras de cuidados de saúde da região algarvia.
A criação do Centro Hospitalar do Algarve conduziria a curto prazo – tal como o PCP prontamente denunciou – à redução de serviços e valências, ao maior afastamento das unidades de saúde das populações e à degradação dos cuidados de saúde prestado.
As notícias que dão agora nota do fim das especialidades médico-cirúrgicas no Centro Hospitalar do Barlavento, vem assim confirmar os piores receios dos utentes e dos profissionais de saúde, e colocarão em risco vidas humanas na medida em que algumas populações ficarão a mais de 100 Km do Hospital de Faro.
Refira-se que, no passado mês de julho, o Grupo Parlamentar do PCP apresentou na Assembleia da República o Projeto de Resolução n.º 789/XII/2.ª, exigindo ao Governo que pusesse fim ao processo de criação do Centro Hospitalar do Algarve e que atribuísse às unidades hospitalares algarvias os meios humanos e financeiros adequados com vista à prestação de cuidados de saúde de qualidade.
Infelizmente, o Projeto de Resolução do PCP foi rejeitado, com os votos do PSD e do CDS – incluindo os deputados destes partidos eleitos pelo Algarve –, optando o Governo por prosseguir com o processo de fusão dos hospitais algarvios num único centro hospitalar.
Tendo já questionado o Governo sobre esta notícia por via do Grupo Parlamentar, o PCP não só rejeita liminarmente a redução de serviços e valências nos hospitais de Faro, de Portimão e de Lagos - e reafirma que a criação do Centro Hospitalar do Algarve não serve o interesse dos algarvios e do Algarve – como apela à luta dos utentes e dos profissionais de saúde para que travem mais esta medida contra os interesses das populações e da região.
O Secretariado da DORAL do PCP