Comício com Jerónimo de Sousa em Silves
Intervenção de Rosa Palma
Saúdo a vossa presença, em especial a do secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, assim como de todos os cabeças de lista da CDU às Câmaras Municipais do Barlavento Algarvio, Assembleias Municipais e Juntas de Freguesia.
O país enfrenta uma situação política, financeira e social bastante complicada, marcada por uma profunda crise, crescentes desigualdades sociais, desemprego, despedimentos e fome. Uma realidade que não podendo ser escondida, procuram que seja apresentada como se todos, independentemente das opções e posições que tomaram, fossem responsáveis pela situação a que o país chegou. Mas a verdade, é que o país está como está porque houve quem, ao longo dos anos, e agora também, impusesse uma política de favorecimento dos grandes interesses económicos, contra os trabalhadores e as populações. Esta situação é resultado das políticas que PS, PSD e CDS concretizaram no governo e em muitas das autarquias locais. Promessas feitas e não cumpridas, gente enganada anos a fio, e uma fortíssima campanha ideológica que levou muitas pessoas a desacreditarem da política e dos políticos, a meterem erradamente tudo no mesmo saco, afastando-as do seu envolvimento, da ação politica e até mesmo do seu direito ao voto; mas, em tempo de eleições, é preciso lembrar que as pessoas e os partidos não são todos iguais.
É verdade que são praticamente iguais aqueles que têm estado no Governo, há 37 anos, como pouco se distinguem aqueles que nos últimos 16 anos têm estado à frente da Câmara de Silves ou numa tímida oposição.
Aqui, com no País, o PCP e a CDU são diferentes.
Tudo aquilo que fez o concelho avançar e que deixou marcas no terreno e na memória das pessoas foi feito quando a CDU teve maioria na Câmara de Silves.
Tudo aquilo que faz parte do combate à destruição e ao compadrio, nos últimos 16 anos, tem a iniciativa e a marca da CDU.
Na CDU defendemos a participação e o envolvimento das populações, o rigor, o trabalho, a honestidade e a competência, o respeito pela palavra dada como forma de estar e intervir na resolução dos problemas do povo português; fazendo da intervenção política, uma actividade nobre, que muito nos honra e orgulha, uma forma diferente de estar e intervir. Assim, é fundamental darmos um passo no sentido da mudança, de uma verdadeira alternativa, alterando a política, a começar pelo poder político em Silves.
Reconheço que não temos pela frente uma tarefa fácil. Mas nesta batalha não estou sozinha, sou o rosto de uma equipa que tem juventude, novos quadros e valências, ao lado de autarcas experientes.
Nestes quatro anos como Vereadora Não Permanente pela CDU pude inteirar-me das necessidades do concelho, nomeadamente de cada uma das suas freguesias, e do impacto resultante das medidas tomadas pelos Governo PS e PSD/ CDS-PP.
Mas a CDU não esteve só a ver.
A CDU no concelho de Silves:
- Defendeu e defenderá sempre medidas que impeçam o agravamento da situação dos trabalhadores e das suas famílias. É imperioso que não recaia mais carga fiscal e contributiva sobre quem menos tem, nomeadamente os aumentos das Taxas do Imposto Municipal sobre Imóveis e das Taxas e Licenças Municipais. Defendemos, por exemplo, a redução do IMI em São Marcos da Serra para combater a desertificação do interior do concelho, e a majoração para os prédios devolutos, como forma de recuperação das zonas urbanas.
É verdade que o poder local e as Câmaras Municipais são atingidos pelos cortes e restrições financeiras impostas pelo governo. Contudo, e num momento de difícil gestão, caberá aos dirigentes uma concepção reivindicativa e uma postura de grande rigor na gestão das instituições, evitando acrescentar mais crise e miséria aos territórios e respectivas populações. Como diz o ditado popular: "na altura das "Vacas gordas" qualquer um governa, mas na altura das vacas magras…", requere-se planificação, estratégias, ponderação de prioridades, "coisa" a que não assistimos ao longo destes 16 anos de executivo permanente PSD;
- A CDU esteve e está contra a introdução das portagens. Apresentou moções e declarações de voto nesse sentido, apelou à mobilização das populações. Ainda recentemente a proposta de abolição de portagens na Via do Infante, apresentada pelo PCP, pela 5ª vez, na Assembleia da República foi novamente chumbada, com os votos contra dos deputado do PSD e CDS/PP, incluindo os deputados destes partidos eleitos pelo Algarve e também do PS;
- A CDU defendeu e defende o relevante património cultural e histórico do concelho. Defendemos o Museu da Cortiça de Silves – e na Câmara foi aprovada na semana passada, uma proposta nossa em que se exige que o Executivo Permanente PSD assegure verbas para adquirir o espólio cultural do Museu da Cortiça de Silves, no mais breve prazo possível. Ficou desta forma o Município de Silves forçado a licitar a aquisição desse património cultural, em concorrência com outros interessados, aquando da futura liquidação judicial. Assim, deixando para outro momento e local a análise das causas e responsabilidades, a CDU tenta evitar a dissipação e fragmentação de um património cultural que transmite o espírito de uma época em que a cidade de Silves era a capital nacional da indústria corticeira, e dessa forma garantir a sua fruição pela população e pelos inúmeros turistas que visitam anualmente o concelho. Seria criminoso não salvaguardar a maquinaria e vários objectos ligados à transformação da cortiça, com valor histórico e industrial, bem como o maior arquivo documental do mundo sobre a história da indústria da cortiça. Seria imperdoável não preservar o espólio daquele que em 2001, com o prémio Luigi Micheletti, foi considerado o melhor museu industrial europeu e é, ainda hoje, o principal Museu da Cortiça em Portugal.
- A CDU defendeu e defenderá sempre os trabalhadores , acompanhou de perto e interveio activamente, na insolvência do grupo Alisuper e no caso do supermercado Intermarché, tentando encontrar soluções para garantir a continuação destes postos de trabalho, num concelho tão atingido pelo desemprego; defendeu e defende a comunidade piscatória de Armação de Pêra, cujas raízes remontam pelo menos ao séc. XVI – quer aquando da paralisação da sua actividade profissional por falta de meios para colocar na água ou retirar da água as suas embarcações; quer aquando do encerramento da lota de Armação de Pêra e da ocupação da zona das embarcações; quer na defesa do domínio público marítimo, quando em dezembro de 2012 membros da família Sant’Anna Leite venderam à empresa “Praiada Cova Realizações Turísticas, S.A.” um terreno com 37.979 m2 na praia de Armação de Pêra. Um terreno que levanta muitas dúvidas sobre se será propriedade privada ou se, pelo contrário, está integrado no domínio público marítimo, não podendo ser objecto de relações jurídicas entre privados; com a agravante de o Estado, podendo exercer o direito de preferência na aquisição do terreno ter optado por não o fazer, alegando que a prioridade de investimento no litoral se encontrava totalmente direccionada para as situações de risco de pessoas e bens.
- A CDU esteve e está ao lado das freguesias na luta que foi travada contra a sua extinção, nas acções contra a não transferência de verbas por parte da Câmara Municipal de Silves. Agora, que foram efectivamente agregadas, continuamos a defender os serviços e os postos de trabalho existentes, como por exemplo na união de freguesias Algoz/Tunes e Alcantarilha/Pêra. Orgulhamo-nos naturalmente do trabalho desenvolvido pelas Juntas de Freguesia dirigidas pela CDU, em Silves e em São Bartolomeu de Messines. Ao contrário do que tem acontecido, todas as juntas terão igual tratamento, independentemente da força política que as populações escolherem para as governar.
- A CDU esteve e está ao lado das colectividades e associações, como por exemplo, pressionando o Governo a reforçar as verbas atribuídas pela Autoridade Nacional de Protecção Civil aos Bombeiros Voluntários de São Bartolomeu de Messines e Silves, de modo que estes possam continuar a cumprir as missões que lhe estão atribuídas, de socorro a feridos e doentes, de combate a incêndios e de transporte de doentes.
- A CDU esteve ao lado das populações contra a degradação, extinção e privatização dos serviços públicos, como, por exemplo, contra a redução do horário de atendimento do centro de saúde de Silves.
- A CDU assumiu as suas responsabilidades nas reuniões da Câmara e da Assembleia Municipal. Opôs-se às opções erradas do PSD e do PS, e foi a voz das populações nas muitas propostas que apresentou e que apoiou. Ainda recentemente, acompanhamos atentamente e pedimos a prestação de informações acerca da praga de mosquitos com origem na Ribeira de Alcantarilha, que coloca em causa o bem-estar das populações das freguesias de Armação de Pêra, Pêra e Alcantarilha, e dos turistas que escolhem aquelas freguesias para passarem as suas férias.
Actuamos sempre na defesa do interesse público e assumimos uma prática política, entendida como actividade nobre.
Pretendemos conduzir os assuntos camarários segundo critérios de boa gestão num trabalho de equipa – com liderança mas com autonomia dos seus membros, partilha de responsabilidades, rigor, simplicidade de actuação e determinação no cumprimento dos objectivos. Para tal, contamos com uma equipa que reunirá um misto de juventude e autarcas experientes que conhecem em profundidade quer os trabalhadores da Câmara e a própria Autarquia, quer os inúmeros problemas, dossiers e necessidades subjacentes à sua ação, quer as estratégias, soluções e caminhos que devem presidir ao desenvolvimento sustentado e equilibrado do nosso concelho.
Acreditamos convictamente que é possível mudar, AGORA, o actual estado do concelho, DA SERRA AO MAR. Mobilizando os recursos humanos, financeiros e materiais da autarquia, reorganizando-os e potenciando-os, atraindo investimento, fazendo uso das potencialidades do concelho – como a cultura, o ambiente, o património, o turismo, a agricultura e a indústria. Incutindo sentido de estratégia e espírito de bem-servir, valorizando o critério social na implementação das medidas de política autárquica, impondo seriedade, transparência e competência nos actos, Dando primazia à simplicidade e à relação de proximidade com os cidadãos e as entidades, potenciando a capacidade das juntas de freguesias, honrando e cumprindo as transferências de competências, com a CDU a ESPERANÇA É UMA REALIDADE em TODO O CONCELHO, desde A SERRA AO MAR.
Pretendemos tomar compromissos reais e prioritários e de cumprimento obrigatório e atempado, sem iludir os cidadãos.
Não pretendo protagonismo, nem projecção, pretendo sim responder às necessidades do concelho, auscultando a população e respondendo dentro dos parâmetros legais e de uma forma abrangente e prioritária.
É necessário que as pessoas não se coloquem de fora mas que se envolvam na resolução dos problemas. Apelamos por isso que comecem já, e que exerçam o vosso direito ao voto no próximo dia 29 de Setembro. Participem na vida política local que a todos diz respeito!
É necessário acreditar, lutar e envolvermo-nos na resolução dos problemas do nosso concelho, onde todos temos um papel cívico muito importante a cumprir. AGORA!, DA SERRA AO MAR, MUDAR É RESPONSABILIDADE DE TODOS.
Vamos ao trabalho!
Vamos dar força à CDU!