PARTIDO COMUNISTA PORTUGUÊS
Grupo Parlamentar
PS, PSD e CDS rejeitam a proposta do PCP de abolição de portagens na Via do Infante
Na passada quarta-feira, dia 14 de maio, foi votado em sessão plenária da Assembleia da República o Projeto de Resolução n.º 1016/XII/3.ª (PCP) “Pela abolição das portagens nas antigas autoestradas SCUT, a extinção das atuais Parcerias Público Privadas e a gestão pública na conclusão das infraestruturas rodoviárias”. Em particular, a proposta do PCP defendia a abolição das portagens na Via do Infante e o recurso à gestão pública para a conclusão das obras de requalificação da EN 125.
A proposta do PCP de abolição das portagens na Via do Infante foi rejeitada pelos votos conjugados do PS, PSD e CDS, que, mais uma vez, preferiram colocar o fardo das portagens sobre os ombros dos cidadãos e das micro e pequenas empresas, para não terem que beliscar os interesses dos grupos económicos que exploram a concessão da Via do Infante.
Ao mesmo tempo que em Lisboa o PS, PSD e CDS votam – sempre – pela manutenção das portagens na Via do Infante, no Algarve ouvimos inflamados discursos de dirigentes, deputados e autarcas destes três partidos a afirmarem-se contra as portagens e a exigirem a sua abolição, tentando, desta forma, enganar os algarvios. O PCP denuncia esta hipocrisia política de quem no Algarve diz uma coisa e em Lisboa faz exatamente o contrário.
Foi também rejeitada, pelos deputados do PSD e CDS (incluindo os deputados destes partidos eleitos pelo Algarve), a proposta do PCP para que o Estado assumisse diretamente a conclusão das obras de requalificação da EN 125. Enquanto no Algarve, o PSD e, em particular, os deputados deste partido, exigem ao Governo que promova o resgate da concessão da EN 125 e assuma a conclusão das obras de requalificação desta estrada, na Assembleia da República votam exatamente em sentido contrário, rejeitando a proposta do PCP. Também aqui assistimos ao lamentável contorcionismo político de quem defende uma coisa no Algarve e o seu oposto em Lisboa.
Nas eleições do próximo dia 25 de maio os algarvios terão uma oportunidade para expressarem a sua rejeição pelas opções políticas dos partidos da troica interna – PS, PSD e CDS –, lesivas do interesse do Algarve e do país, e para afirmarem o seu apoio à CDU e a uma alternativa, patriótica e de esquerda, ao serviço dos trabalhadores, do povo e do país.
Faro, 19 de maio de 2014